"Só, sem caminho certo e muito inquieto de mente" Lorenzo Lotto

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O circo - Parte 1 de 4

Na semana passada, vi o filme Água para Elefante e queria falar um pouco sobre ele.  Não tenho interesse em avaliar a atuação da Reese Whiterspoon ou do Robert Pattinson, ou de quem quer que seja.  Queria, sim, falar um pouquinho sobre o que foi mostrado ali.  Quatro aspectos me chamaram a atenção:  o tratamento dado aos animais, aos empregados e às mulheres, bem como a questão do protagonista voltar ao circo no fim da vida.

Não vou conseguir falar de tudo num post só, ou ele ficaria imenso, portanto vou dividi-lo em 4 partes, sendo essa primeira sobre o tratamento de animais em circos.

Quando eu era criança, fui algumas vezes ao circo.  Hoje, no Rio de Janeiro, os circos são proibidos de realizar apresentações com animais.  Mesmo o espetáculo de Beto Carrero, quando veio se apresentar aqui, não trouxe os animais.  Mas, no meu tempo de criança, todos de que me lembro ter visto tinham animais.  Eram apresentações fascinantes, e eu gostava muito.

Gostava até saber como se consegue treinar animais, principalmente os selvagens.  Grandes felinos têm presas e garras serradas ou arrancadas, e levam muitas pancadas na cabeça.  Elefantes são treinados com queimaduras, e por aí vai.  Os animais são diuturnamente torturados.

No filme, o tratamento dispensado aos animais é tratado com realismo e crueza.  Eu chorei.  No entanto, no final do filme, há uma escorregada feia e fica a impressão de que os maltratos eram praticados apenas por aquele dono de circo, porque ele era mau, ou perturbado.  Essa é uma impressão errônea.  É mais fácil personalizar o mal em uma pessoa má, ou um grupo.  Mas a realidade não é essa.  Em todo circo com animais selvagens, eles são maltratados, a começar pelo fato de ficarem enjaulados permanentemente.

É possível encontrar na internet documentários sobre como é a realidade desses animais.  Algumas poucas ONG recebem animais selvagens oriundos de circo, como o Rancho dos Gnomos em São Paulo.  Poucos estados hoje no Brasil proíbem a utilização de animais de circo.  O Rio de Janeiro felizmente é um deles, e espero que o país todo se conscientize.

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